Este trabalho pode, a princípio, parecer ante ecumênico, mas não é. Pelo contrário, visa esclarecer factos históricos e doutrinais. Os níveis pessoais torceram pelo êxito do ecumenismo, que tem uma árdua tarefa na busca da aproximação, diálogo e consenso entre as várias denominações cristãs. Contudo, somos obrigados a registar que, em virtude da imperfeição do ser humano, o ecumenismo caminha a passos lentos… muito lentos mesmo.
Na verdade, a discórdia reinante entre cristãos, é fruto mais de interesses pessoais e políticos, do que religiosos. É claro que existem diferenças doutrinais, criadas a partir da necessidade de separação e identificação, mas será que existe vontade de discuti-las fraternalmente, a ponto, até, de reconhecê-las como erradas?
Ao contrário de todas as demais religiões, o Judaísmo, o Cristianismo e o Islamismo são religiões históricas e não foram criadas a partir de mitos. Logo, todas as ações realizadas pelos fiéis dessas três grandes religiões ficaram registadas no tempo. São factos, não lendas.
Não vamos falar sobre os judeus, pois sabemos que eles não aceitaram Jesus como o verdadeiro Messias, porque a sua visão de Messias, na época de Jesus, era estritamente política: o enviado de Deus que libertaria o povo da denominação romana (aliás, a destruição de Jerusalém em 135 D.C. pelos romanos foi motivada por essa falsa visão: três anos antes, Bar-Kochba fora proclamado pelas autoridades religiosas como o Messias libertador). Quanto aos islâmicos, cuja fé se baseia em Maomé, bem sabemos pela História que se trata de uma religião com grandes influências do judaísmo e do cristianismo.
Vamos, portanto, concentrar-nos na fé cristã e ver o que é histórico, o que é verdadeiro, já que, na esmagadora maioria das vezes, os conflitos e divisões são gerados pelos próprios cristãos.