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A Igreja e o Espírito Santo
A Igreja e o Espírito Santo

Chega, então, o dia da festa de Pentecostes e os Apóstolos estão todos reunidos no Cenáculo; eis que de repente se cumpre a promessa de Jesus e o Espírito Santo vem sobre todos os discípulos que começam a pregar a Palavra de Deus em vários idiomas, de forma que pudessem ser compreendidos por todos, especialmente pelos estrangeiros que estavam presentes em Jerusalém para as festividades. Como poderiam aqueles homens rudes— boa parte compostos por pescadores ignorantes – estarem demonstrando cultura, expressando-se perfeitamente em línguas que jamais tiveram oportunidade de conhecer: “Quando chegou o dia de Pentecostes, encontravam-se todos reunidos no mesmo lugar. De repente, ressoou, vindo do céu, um som comparável ao de forte rajada de vento, que encheu toda a casa onde eles se encontravam. Viram então aparecer umas línguas, à maneira de fogo, que se iam dividindo, e pisou uma sobre cada um deles. Todos ficaram cheios do Espírito Santo e começaram a falar outras línguas, conforme o Espírito lhes inspirava que se exprimissem. Ora, residiam em Jerusalém judeus piedosos provenientes de todas as nações que há debaixo do céu. Ao ouvir aquele ruído, a multidão reuniu-se e ficou estupefata, pois cada um os ouvia falar na sua própria língua” (Act 2, 1-6).
Pedro aproveita a oportunidade e, como líder primaz da Igreja, discursa testemunhado fervorosamente a favor de Jesus Cristo e obtém a conversão de aproximadamente 3000 pessoas de uma só vez! É a ação do Espírito Santo em favor da sua Igreja (Act 2, 14-41).
Essa comunidade cristã passa-se a reunir no primeiro dia da semana (Domingo), recordando o dia da ressurreição de Jesus, para a realização da fracção do pão e orações, isto é, para celebrarem a Santa Missa na sua forma mais primitiva: “Eram assíduos ao ensino dos Apóstolos, à união fraterna, à fracção do pão e às orações” (Act 2, 42).
Mas a Igreja deve ainda pregar as boas novas de Jesus a todos os povos e, para isso, necessita de missionários que estejam dispostos a partir para outras nações. É certo que todos os Apóstolos partiram em missão, permanecendo apenas Tiago, parente de Jesus, em Jerusalém. Para aumentar a expansão da Igreja pelo mundo pagão, o próprio Senhor seleciona a dedo um dos seus grandes perseguidores: Saulo de Tarso. Após converter-se por intermédio de uma visão particular de Jesus (Act 9, 3-9) e mudar o seu nome para Paulo, este ex-perseguidor passa a ser o principal missionário da Igreja primitiva, e realiza importantes pregações entre os pagãos, podendo ainda ter atingido a Espanha! (Rom 15, 24-28).
A Igreja cresce e a hierarquia começa a surgir, com a nomeação de presbíteros e diáconos para liderar as várias comunidades que surgem a partir de então: “Por esses dias, como o número de discípulos ia aumentado, houve queixas dos helenistas contra os hebreus, porque as suas viúvas eram esquecidas no serviço diário. Os Doze convocaram, então, a assembleia dos discípulos e disseram: «Não convém deixarmos a palavra de Deus, para servirmos às mesas. Irmãos. É melhor procurardes entre vós sete homens de boa reputação, cheios do Espírito Santo e de sabedoria; confiar-lhes-emos essa tarefa. Quanto a nós, entregar-nos-emos assiduamente à oração e ao serviço da Palavra.» A proposta agradou a toda a assembleia e escolheram Estêvão, homem cheio de fé e do Espírito Santo, Filipe, Prócuro, Nicanor, Timão, Parmenas e Nicolau, prosélito de Antioquia. Foram apresentados aos Apóstolos que, depois de orarem, lhes impuseram as mãos. A palavra de Deus ia-se espalhando cada vez mais; o número dos discípulos aumentava consideravelmente em Jerusalém, e grande número de sacerdotes obedeciam à Fé ” (Act 6, 1-7).
Porém, como a mensagem cristã foi primeiramente voltada para os judeus, surgindo as primeiras conversões a partir desse grupo, logo, com a conversão dos gentios (pagãos), surgiu um dilema: estariam estes obrigados a seguir a Lei de Moisés como os judeus? Os missionários judaizantes (cristãos convertidos do judaísmo) por conta própria, começam a impor as regras mosaicas - inclusive a circuncisão – também para os gentios e, em pouco tempo, passam a confrontar Paulo diretamente, que defendia a não validade da Lei para estes. A solução para o problema é obtida mediante um Concílio reunido em Jerusalém (Act 15), onde os Apóstolos, seguindo a orientação de São Pedro (o 1º Papa), decidem que os gentios não estão obrigados a observar a Lei mosaica, com excepção de pouquíssimos detalhes claramente disciplinares e, por isso mesmo, de aplicação temporária. Estava agora a Igreja -por inspiração do Espírito Santo- liberta de uma vez por todas das correntes que a prendia ao judaísmo e, daí para a frente, expandiu-se por todo o mundo, tornando a mensagem salvífica de Cristo, “Universal” (Católica), isto é, conhecida por todos os povos e guardando até hoje, com respeito e cuidado, o sagrado Depósito da Fé (Doutrina da Igreja Católica). Mas para o sucesso da expansão do Evangelho, foi primordial a mudança estratégica da sede da Igreja, deixando Jerusalém e estabelecendo-se definitivamente em Roma, de onde partiam todas as estradas para o mundo até então conhecido, o que certamente facilitou as missões: “Manda-vos saudações a comunidade dos eleitos que está em Babilónia[2] e, em particular, Marcos, meu filho ” (1 Pe 5, 13).