Concluindo, percebemos que a verdadeira Igreja de Jesus Cristo possui várias características:
--É Una: porque tem um só Senhor, Jesus Cristo, professa uma só fé, nasce dum só Baptismo e forma um só Corpo, vivificado por um só Espírito, em vista duma única esperança[3]: Ressurreição. Confirmemos: “Há um só Corpo e um só Espírito, assim como a vossa vocação vos chamou a uma só esperança; um só Senhor, uma só fé, um só baptismo; um só Deus e Pai de todos, que reina sobre todos, age por todos e permanece em todos” (Ef 4, 4-6).
--É Santa: porque o seu autor é o Deus santíssimo; Cristo, seu Esposo, por ela Se entregou para a santificar; vivifica-a o Espírito de santidade. Embora encerre pecadores no seu seio, ela é a «sem-pecado feita por pecadores». Nos Santos brilha a sua santidade; em Maria, mãe do Salvador, ela já é totalmente santa[4].
--É Católica: porque anuncia a totalidade da Fé; é enviada a anunciar o Evangelho a todos os povos, dirigindo-se a todos os homens, abrangendo todos os tempos; é por sua própria natureza, missionária[5].
--É Apostólica: porque está edificada sobre alicerces duradouros, que são “os Doze Apóstolos do Cordeiro” (Ap 21,14) ; é indestrutível; é infalivelmente mantida na verdade: Cristo é quem a governa por meio de Pedro e dos outros Apóstolos, presentes nos seus sucessores, o Papa e o colégio dos Bispos[6].
--É Romana: porque o chefe visível da Igreja (o Papa) está estabelecido em Roma; com ele, todos os Bispos do mundo devem estar em plena comunhão (Act 15). [Observação: o título “romana” não tem sentido de nacionalidade ou restrição, em contraste com o título “Católica”, que tem o sentido de universalidade; “romana” simplesmente indica a localização da sede mundial da Igreja, e apenas isso]. De modo semelhante, o próprio Jesus, Salvador de todos os homens, foi chamado “Nazareno”, porque, convivendo com os homens, precisava de um endereço, que foi a cidade de Nazaré.
Convém também esclarecer que a expressão “Igreja Católica” teve origem por volta do ano 107 D.C., sob a pena de S. Inácio, Bispo de Antioquia, o qual escreveu: “Onde quer que se apresente o Bispo, ali esteja também a comunidade, assim como a presença de Cristo Jesus nos assegura a presença da Igreja Católica”[7]. É bom lembrar que, já nessa altura, existiam correntes ou “igrejinhas” heréticas, separadas da Igreja grande, fundamentando a necessidade de dar um nome à Igreja autêntica e única fundada por Jesus Cristo.